A abrir o Festival recordaremos a memorável “Petite Messe Solennelle” de Rossini que Corboz dirigiu na Basílica e onde dividi com o excepcional acordeonista João Barradas a componente instrumental.
Estarei com o João num “In memoriam” a Michel Corboz executando o Prelúdio Religioso da Petite Messe.
E encerraremos este concerto inaugural com as famosas “Quatro Estações” de Astor Piazolla, aproveitando o virtuosismo de João Barradas e o excelente Quinteto de Cordas com cujos músicos entretanto colaborei no belíssimo Quinteto com Piano, de Schumann.
E no segundo final de semana, no dia 10 de Junho, voltamo-nos, como Filipe de Sousa certamente faria, para os grandes valores jovens que sobressaem no panorama musical português.
Teremos connosco mais uma vez o pianista Vasco Dantas, que tanto sucesso obteve anteriormente na Ericeira, que com a Maestrina Rita Castro Blanco apresentará o brilhante Concerto para Piano, Trompete e Orquestra de Dmitri Schostakovitch.
O trompetista João Moreira juntar-se-á à Orquestra do Festival de Mafra num concerto que antevejo como sensacional!
E neste que será um fim-de-semana excepcional entregámos a 11 de Junho uma “Carta Branca” a Mário Laginha a quem se juntará o guitarrista Miguel Amaral neste concerto surpresa.
Eddie Van HalenO piano é um instrumento universal. Quem começar pelo piano, aprender a teoria e ler a música, pode prosseguir para qualquer outro instrumento.
Sábado 17 de Junho regressamos ao Palácio onde na Sala da Tijoleira teremos duas pianistas francófonas, a francesa Véronique Guillo e a marroquina Ghizlane Hamadi que criaram já há anos um importante duo, o Duo Guillo/Hamadi.
Obras do grande compositor marroquino Nabil Benabdejali ou a famosa Valsa de Ravel integrarão o programa.
“A FRANCOFONIA E A MÚSICA”
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E no dia 18 teremos de novo um “Concerto para Famílias”, desta vez com a pianista turca Rüya Taner e o saxofonista Kursat Basar, num programa mais ligeiro, com obras de música de filmes e do folclore turco, uma experiência musical que seguramente Filipe de Sousa aprovaria.
“CONCERTO PARA FAMÍLIAS”
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E o musicólogo Filipe de Sousa foi responsável por uma profunda investigação histórica e pela divulgação do património musical português ou com ele relacionado.
O facto das duas grandes figuras de referência, os expoentes “castrati” Farinelli e Caffarelli, estarem ambos relacionados com Portugal e com Mafra seria certamente uma fonte de inspiração para o nosso patrono.
Farinelli com exclusividade de 22 anos na corte de Madrid, foi protegido de Maria Barbara de Bragança, Rainha de Espanha e Caffarelli chamado a Lisboa por seu irmão, o Rei Dom José, ambos filhos de Dom João V, o monarca de Mafra, justificando-se assim que se recorde este facto.
O reportório dos “castrati” tem sido retomado pelos contratenores, uma vocalidade que vem ganhando cada vez maior relevância. Pedi ao promissor contratenor brasileiro Luan Góes que com o seu compatriota o excelente e já nosso conhecido pianista João Elias Soares criou o original “Duo Off Barock”, que trouxessem à Biblioteca de Mafra um recital transposto para os nossos tempos. Para além do reportório barroco teremos assim uma visão diferente nomeadamente com uma especial presença de obras de Sergei Rachmaninoff neste ano que lhe é internacionalmente dedicado comemorando-se os 150 anos do seu nascimento.
Estou convicto que Filipe de Sousa estaria de acordo com esta programação, concebida a pensar na sua personalidade e destinada a lembrar o papel fundamental desta personalidade mafrense que o Festival não deixa que fique esquecida.